O atentado nos EUA é a maior acção terrorista da história. Independentemente da profunda consternação que sentimos pelas vítimas inocentes deste acontecimento (podemos também lembrarmo-nos das vítimas do nazismo, do stalinismo ou de hiroshima e nagasaki), cresce o medo de uma acção militar violenta por parte dos Estados Unidos.
A necessidade de vingança e a cada vez maior afirmação americana de poder no mundo, poderão levar a uma investida militar contra alvos arbitrários no médio oriente, numa altura em que não existe o conhecimento acerca dos verdadeiros responsáveis deste atentado. Não ocorreu ainda qualquer evidência inequívoca de que o milionário Saudita Bin Ladin ou outro qualquer cidadão do mundo islâmico seja responsável pela organização deste atentado. O meu desejo é que a tradicional arrogância e sentimento nacionalista militarizado dos americanos não produza qualquer agressão militar que possa catapultar o mundo para um conflito de grandes proporções. No passado recente os EUA agiram unilateralmente em relação à Nato e ás Nações Unidas no Kosovo, e no Sudão. Desrespeitaram acordos por eles assinados em relação aos problemas ecológicos e à produção de material bélico proibido. O verdadeiro problema desta questão é que os EUA são, tal como parte do mundo Islâmico, embora de uma maneira diferente, fundamentalistas, agindo de uma forma autoritária e altamente anti-democrática, mesmo em relação aos seus aliados, procurando agora o apoio da NATO para um ataque que não querem assumir sozinhos. Por estas razões, é preocupante a intenção já assumida de responderem militarmente. Uma vingança militar e violenta não sustenta qualquer vantagem para ninguém, servindo apenas as necessidades de um ego nacionalista ferido.
Gil Fonseca